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SOLUÇÕES ALTERNATIVAS AO USO DE AGROTÓXICOS

        Não é somente através de produtos químicos que podemos otimizar o desempenho nas plantações, há formas ecológicas e orgânicas que trazem  lucro sem danos ao meio ambiente.

        Na agricultura orgânica, por exemplo, não é permitido o uso de substâncias que coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente. Não são utilizados fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e transgênicos. O Brasil, em função de possuir diferentes tipos de solo e clima, uma biodiversidade incrível aliada a uma grande diversidade cultural, é sem dúvida um dos países com maior potencial para o crescimento da produção orgânica.

        Esse método de cultivo livre de insumos químicos e sintéticos enxerga o solo como um organismo vivo, cujo manejo correto utilizado possibilita a constante oferta de matéria orgânica. Em nossa atualidade, a agricultura orgânica ainda oferece nos supermercados e quitandas produtos com preços elevados em comparação aos de produtos agrícolas produzidos de maneira convencional (com aditivos químicos), sendo necessário maiores incentivos de governos para “baratear” o preço final do produto orgânico, popularizando esse método de produção na maioria das propriedades rurais  e cooperativas, e divulgando os seus benefícios para a sociedade e investidores.

        Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um ambiente de produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.

         A seguir apresentamos algumas técnicas que otimizam a produção sem prejudicar o solo ou o meio ambiente, exercendo funções semelhantes a dos produtos químicos.

 

Adubação verde

        Adubação verde é um tipo especial de adubação orgânica que consiste em cultivar plantas que depois serão fragmentadas, servindo como cobertura até serem decompostas.

        A adubação verde é o cultivo de plantas que estruturam o solo e o enriquecem com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes. As plantas de adubação verde devem ser rústicas e bem adaptadas a cada região para que descompactem o solo com suas raízes vigorosas e produzam grande volume de massa verde para melhorar a matéria orgânica, a melhor fonte de nutrientes para a planta.

        Normalmente, neste processo as plantas mais utilizadas são as leguminosas. Elas se associam a algumas bactérias que vivem em suas raízes num processo de simbiose, absorvendo o nitrogênio do ar situado no solo e transforma-o em substâncias absorvíveis pela planta.

 

Adubação orgânica

        A adubação orgânica é feita através da utilização de vários tipos de resíduos, tais como: esterco curtido, vermicomposto de minhocas, compostos fermentados, biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes e cobertura morta. Todos esses materiais são ricos em organismos úteis, macro e micro nutrientes, antibióticos naturais e substâncias de crescimento.

 

Adubação Mineral

         A adubação mineral é feita com adubos minerais naturais de sensibilidade lenta, tais como: pó de rochas, restos de mineração, etc. Estes adubos fornecem nutrientes como cálcio, fósforo, magnésio, potássio e outros, em doses moderadas, conforme as necessidades da planta.

 

Usar defensivos naturais

         Defensivos naturais são produtos que estimulam o metabolismo das plantas quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados pelo agricultor, não são tóxicos e são de baixo custo. Como exemplo podemos citar: biofertilizantes enriquecidos, água de verme composto, cinzas, soro de leite, enxofre, calda bordalesa, calda sulfocálcica, etc.

 

Combinação e rotação de culturas

        Esta consiste em cultivar conjuntamente plantas de diferentes famílias, com diferentes necessidades nutricionais e diferentes arquiteturas de raízes, que venham a se complementarem. Como, por exemplo, o plantio conjunto de gramíneas (milhos) e leguminosas (feijão).

        Também podem ser utilizadas plantas consideradas inços, pois elas são bem adaptadas, retiram nutrientes de camadas profundas, colocando-os em disponibilidade na superfície e produzem grande volume de biomassa.

        Antes de implantar a cultura, estas plantas são incorporadas através de aração rasa para que se decomponham e deixem os nutrientes disponíveis às culturas. No caso dos pomares, são deixadas na superfície e controladas com roçadas baixas. Como exemplo podemos citar o caruru, o picão branco, o nabo, a samambaia etc.

 

Controle Biológico

        O controle biológico consiste no emprego de um organismo (predador, parasita ou patógeno) que ataca outro que esteja causando danos econômicos às lavouras. Trata-se de uma estratégia muito utilizada em sistemas agroecológicos.

        Um exemplo de sucesso no Brasil, é o controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatallis) por meio do Baculovirus anticarsia. Essa prática foi lançada pelo Centro Nacional de Pesquisa da Soja em 1983 e, desde então, o produto foi utilizado em mais de dez milhões de hectares, proporcionando ao país uma economia estimada em cem milhões de dólares em agrotóxicos, sem considerar os benefícios ambientais resultantes da não aplicação de mais de onze milhões de litros desses produtos.

        Para alcançar esses resultados, todo programa de controle biológico deve começar com o reconhecimento dos inimigos naturais da “praga-chave da cultura” (principal organismo que causa danos econômicos à lavouras). Uma vez identificada a espécie e o comportamento da “praga” em questão, o principal desafio dos centros de pesquisa diz respeito a reprodução do inimigo natural dessa praga em grandes quantidades e com custos reduzidos. Outras estratégia, consiste no desenvolvimento dentro da propriedade de práticas culturais (consórcio e rotação de culturas, uso de plantas como “quebra-vento”, cultivos em faixas, entre outros) que aumentem a diversidade de espécies e a estabilidade ecológica do sistema, dificultando a reprodução do organismo com potencial para se tornar uma “praga”

        A seguir, são apresentados alguns dos organismos utilizados no Brasil para o controle biológico de pragas:

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